Sabe aquela roupa velha que a gente gosta de usar sempre que o inverno chega? E aquele chinelo antigo - de couro -, que você estica no pé assim que bate o primeiro vento de verão. "- Lá vem o sol", você diz animado em poder calçar os sapatos da antiga estação. É mais fácil a gente buscar no armário a roupa já batida e bem adaptada ao corpo, que experimentar uma nova e tentar buscar nela o conforto de outrora.
Nem sempre a camiseta nova, apesar de bonita, vai vestir bem ao sair da loja. O novo é estranho, é desajeitado. O novo mete medo; mete a nossa cara pra aventura e eu, bem... Eu que quase não gosto disso, por intensos segundos de insanidade penso que largar aquele velho sobretudo e vestir uma jaqueta de couro, com direito a colocar os pés na estrada hmmm... "- Quem sabe essa não seria uma boa pedida?" exclamo! Mas o novo... O novo é difícil.
Sobretudo é na solidão do armário escuro que você encontra aquela camiseta ainda na etiqueta e que sem querer cê esqueceu de tirar do embrulho. É no cheiro de naftalina que você descobre a vantagem do perfume que só a roupa nova tem. É na sensação da malha gastada que você se lembra que um '100% algodão' vai te deixar muito mais aconchegante.
Mas vestir o que? Com que roupa vou se eu já nem sei mais escolher entre saia e sapatilha, ou calça e tênis velho?! Perdi o tato pra isso; e vez em quando confesso gostar daquela regata que um dia teve mangas. Mas o novo... O novo parece convidativo.
Enquanto as atualizações do Facebook apontam a placar cravado nas disputas deste segundo turno, imagino que com tanta coisa pra se preocupar, porque eu haveria de me vestir? De novo? Do novo? Sosseguei a alma deste a última chuvarada e nem mesmo o novo faz do meu provador a festa. Achei que era cedo, mas já era quase novembro. E o novo... O novo parece legal ainda que apareça vestido de terno e calça social.
Pra bom entender, sobretudo aquele que vez ou outra já trocou o velho pelo novo, é sempre bom ter um 'pretinho básico' no armário. Sabe? Aquele que vai com tudo? (...) Pois então.