na poesia ou no romance, encontrei a força que eu podia achar pra fazer de mim mesma um holofote ao contrário; pra que eu descobrisse a fé dentro de onde eu menos esperava... me surpreendi com a verdade mutável que guardamos no peito e a cabeça em movimento. o tempo todo estamos transitando entre o que fomos e o que somos. e não há uma barreira fixa que nos impeça de chegar ao futuro do 'serei'.
uma coisa, guardo, de fato, é que não há memória sem dor. não há lembranças que se rasgam diante dos fragmentos de fracasso e que nos levaram as epifanias de força. não há também memórias tristes que nos leve menos aptos a construir um presente baseado na experiência singular do viver.
somos o fim, o início e o meio, como diria Raul, que ao dar o primeiro passo diante da catástrofe final, começamos a viagem ao centro do território mais profundo da terra. O EU!
que parta de mim a infelicidade de descobrir que o que faz a vida não são as conquistas, mas as derrotas de encarar o mundo com o mesmo choro que ouviram no centro cirúrgico naquele final de 89. a derrota de cair num incômodo profundo, e em seguida se lançar como um foguete que sobe em direção a lua.
aperte o botão vermelho intitulado IDEAL, e só ligue o piloto automático quando estiver certo de que não há mais o que fazer. na dúvida, concentre-se em verificar o motor e estabelecer contato com a nave mãe.
para toda a queda, há sempre a subida. e para todo o risco, há sempre a caída.experimente viver para errar; viver pra contar. viver para simplesmente EXPERIMENTAR. na pior das hipóteses estremos construindo um monstro ejetado da alma. sofrido, escarrado e distinto. um monstro que aprendeu a cair e levantar.
mas que absurdo é viver. e que coisa maluca é amar,