
Ela chega silenciosa. Ela é sutil. Ela não trabalha muito, mas age com movimentos rápidos pra poupar tempo. Se demorar, dói mais.
De certa forma, a gente não a espera, mas aguarda. Sabe que uma hora vem.
Quando chega, ela gentilmente detona tudo feito bala de canhão. Dilacera tudo quanto é parte da gente. Abocanha a vítima e bravamente faz seu serviço. Quando ela vai, leva a presa junto. E não deixa nada pra gente se apoiar. Só o choro. Só a mágoa. Só a dor. Só a tristeza.
Em certos pontos a exatidão é a melhor saída. Nem rígida ou ríspida apenas franca. E isso ela é. A maldita é coisa ruim mesmo. Porque se ao menos ela enviasse uma carta, a gente fazia o máximo pra não errar muito. Mal educada. Ingrata. Veste o melhor traje, pega seu conhaque e sai de casa pra ferir. Pra pesar. Pra ferozmente matar.
Mas ela é uma velha senhora que anda mundo a fora. E tem muito serviço. Só não a queria ver tão cedo por aqui.
Pena que não dá pra escolher hora nem dia.
E essa noite ela apareceu. Rodeou a semana toda. Podia sentir seu perfume barato.
E a senhora, minha gente, a senhora é a morte. Velha caída.
Aí hoje amanheceu, olhei pra ela, encarando mesmo e não falei nada. Não deu coragem. Ela me convenceu. Infelizmente.
Eu já tinha chorado antes (...) então hoje eu só pensei. E pensei que ele costumava ser um cachorro robusto.
Meu Duki morreu. Mas pelo menos a senhora permitiu que eu me despedisse. O amava. Tenho dito.
ela tb visitou a casa da minha vó essa semana :(.
ResponderExcluir