quinta-feira, 23 de maio de 2013

O único músculo do corpo que não cansa

Há um ano eu trabalhava no jornal da minha cidade. Era frella.
Há um ano eu fazia o tar do Trabalho de Conclusão de Curso. Era ocupada.
Há um ano eu falava demais... “- Ééé, garçom!? A conta, por favor. Tô de saída.”
A gente pigarreia quando é pra falar de coisas que não quer. Pigarreia porque tem vergonha, arrependimento, não sabe muito bem porque é que cometeu. Porque é que disse, não fez, falou... Demais!
E o problema de não voltar atrás, NUNCA, é que vez em quando cê vai ter que sair pela tangente. Pedir os comerciais e dar um intervalo. Isso, porque quando se erra, e não corrige, é mais feio que sair do banheiro com o papel higiênico pendurado nas calças.
O ser humano é mesmo um animalzinho desajeitado. Vive metendo os pés pelas mãos, a cabeça pela boca e o coração pela razão. É tanta ansiedade (ou ociosidade?) que mais dia, ou menos dia, ele cria inimigos. E até o mais caladinho da turma, “- Sim, aquele que ninguém desconfia”, caga defeca na cueca.  Todo mundo erra! Ponto.
Por isso que Deus fez a língua elástica. Eu acho. Pra ela dobrar, virar, contorcer, falar, desculpar-se. E tá aí uma curiosidade: a língua é o único músculo do corpo que não se cansa! E os libertinos românticos que me perdoem, mas não foi pra beijar que a língua veio com esse adendo, não! Porque nem todo mundo nasce pro amor. Mas todo mundo nasce pra errar.
Só me enrolei assim pra dizer que um ano atrás, talvez eu fosse mais ‘reacinha’. E vai ver era porque estava dando uma de acadêmica, de trabalhadora, de que opina. E numa dessas oportunidades que a gente tem de se arrepender, eu peguei o touro pelo chifre e mordi a patoá.
Critiquei um movimento da minha cidade que estava sendo criado na Internet. E não pelo Movimento em si, mas pela onda de movimentos que vinha sendo esquematizado na rede. No fim das contas, fui fotografar na data pelo jornal. Quase cobri a cabeça com a toca do moletom. O problema, minha gente, é que fazia sol. E nem saco de pão eu tinha pra cobrir a cuca.
Mudei de opinião? Mudei minha visão de mundo? Sei não... Só sei que a vida é isso. Não é? E que sejam muitos os dias que a gente pare, pense e volte atrás. E que, de repente, - Senhor, o pensamento seja diferente no próximo segundo.

Marcha das Vadias 2013. Vai fundo, ‘vadias’!


Trabalho do meu amigo Luiz Mioto. Baita edição, baita trilha, belas imagens! Sou fã do que ele faz, pois é sempre de uma linguagem bastante subjetiva; e traduzida no olhar de quem tem sensibilidade para ver. Para ouvir! Parabéns, bicho.

2 comentários:

  1. eu descobri esses tempos que não há nada de errado em mudar de ideia. descobri tbm que eu vivo mudando de opinião. só muda de ideia, quem pensa e produz ideias.
    continua escrevendo re, eu amo ler diários públicos e já favoritei teu blog!

    Ass: Uma jornalista que só sabe escrever se for artigo academico.

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  2. é difícil mesmo acreditar na ideia de 10, 15 meninas sem muita credibilidade. algumas acadêmicas, outras recém-formadas, outras largadas no mundo (meu caso), mas no geral, todas tinham a certeza de que não sabiam ao certo o que estavam fazendo...
    eu nem sei como foi que tanta gente botou fé nessas vadias e se deslocaram até o calçadão em pleno sábado... mas a questão é que a nossa força de vontade valeu muito e as coisas aconteceram, deu certo!
    espero que mais gente comece a acreditar em nós, pois fazer tudo isso não é gostoso e divertido. Alguns momentos sim, mas o estresse é imenso também.
    Enfim, vadiaremos da melhor maneira possível dia 8 de junho e esperamos que mais gente possa mudar de ideia em relação ao movimento e a sua temática! :)

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