quinta-feira, 6 de junho de 2013

O que é de si. O que é do todo.

É igual quando você come bife à parmigiana. Supostamente dentro, tem carne. Por cima, queijunto e preso com molho vermelho. O que você não imaginava é que a carne tinha nervos; ou gorduras salientes. Ou ainda, que a carne, Zé... Era frango!

Todo mundo esconde de si o próprio universo particular. E pior do que esconder, é passar a vida toda tentando encontra-lo. Tentando encontrar-se. Tentando. Mas fácil é empurrar com a barriga.

Mas o disfarce que atravessa a alma é aquele que vem carregado das coisas que menos gostamos de falar. Nossa vaidade, extremo egoísmo, egocentrismo e, paralelo a tudo isso, o medo; medo de barata, de lagartixa, do homem do saco, do velhinho barbudo, da senhora mal encarada que trombava vez em quando no sebo, de tomar um cascudo, de bater de frente, de dar com os burros.

E é por isso que dados comprovam: quem não arrisca, não petisca.

Já ouvi dizer que individualismo não era pra ser coisa ruim. Hoje, de tão pejorativo, até no tom leva o fardo: “- cara individualisssssta”. (carregado de sotaque da gema...). Mas oras, qualé o problema de viver no mundinho? No mundinho tem flor, árvore, pássaros, ar, água, pessoas... PESSOAS? É ué, P-E-S-S-O-A-S! Sacumé?

Um amigo contou que ser um individualista é pra lá de bão. É entender a própria liberdade dentro da existência do próximo. É entender que ser livre o bastante não o torna independente, mas o torna responsável. Diante de um bando de ideias coletivistas, é preciso dar a si, o que é de ‘si’. E ao todo, o que é do todo.

Vai entender essa coisa que inventaram e apelidaram de coragem. Pode ser até que disfarçaram-na iguais uns e outros pelaí... Mas, o que se escuta lá de dentro, do barulho no eco não é AGEM AGEM AGEM... O eco, na verdade, é EDO EDO EDO.

Nem mesmo no meio do protesto, dá pra fugir da consciência. O importante de estar no todo, é concentrar-se em si. E que de dentro surja o grande; pra quando explodir seja pequeno, mas consistente.

Cuide de si, viva o todo, respeite a alma e contemple o povo. Bobagens...
Faz sentido? Sei não. Mas faz frio hoje a noite.

{auto-retrato, em preto e branco, com longa exposição}

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