domingo, 27 de dezembro de 2015

crise!?

Essa história começa em 2008, quando larguei do Direito (que não tinha nada a ver comigo) e fui fazer Jornalismo. Fiz muitos estágios, mas este post é destinado a pensar quando é que comecei a me ver como um ser humano - digamos - mais profissional! Em 2012 passei pela Folha de Londrina onde trabalhei como repórter fotógrafa freelancer, (uau, era um sonho e confesso ter uma saudade imensa dessa época); mas no ano seguinte me mandei pra Joinville com o objetivo de ganhar experiência de mercado e aprender a me virar sozinha. Sim, eu era muito acomodada. Naquele ano trabalhei pela primeira vez como 'repórter de cidades' num jornal diário chamado Notícias do Dia. Meu foco era entrar no concorrente, pois desde a época da faculdade namorava o tal do A Notícia. Consegui então uma vaga temporária como repórter de economia. Detestei. O ambiente era esquisito muito embora eu consiga HOJE observar que talvez estivesse bastante imatura e passando por uma fase de descobertas ainda mais esquisitas. Foi difícil porque não conseguia me encontrar na editoria, não respeitava muito meu editor e apesar de admirar muito alguns colegas daquela redação, na maioria das vezes eu achava as pessoas boas demais e eu, consequentemente, ruim o suficiente pra não acreditar que aquele era meu lugar. Me mandei e fui trabalhar em revistas. Cabô que passaram-se dois anos e meio, eu esqueci do meu lado fotógrafa, mas acabei me viciando em Instagram (o que foi legal, pois decidi que ia tirar foto de qualquer coisa que eu quisesse, sem ter que ser necessariamente uma profissional) e descobri que eu podia escrever e tocar as pessoas da mesma forma que a imagem permitia. Foi no Facebook que comecei a receber os primeiros feedbacks do tipo "- cara, você escreve muito bem, devia ter um blog". Aí eu retomei meu blog como uma espécie de diário acidental - isso significa que toda vez que dava uma merda muito grande e eu acordava de ressaca ou com o sentimento de que agora as coisas realmente tinham acabado, eu sentava e escrevia qualquer coisa que tivesse sentido pra mim. Acontece que nesta algumas pessoas me mandavam mensagens dizendo que aquilo que eu havia escrito fazia um sentido ENORME para elas. E aí eu enfiei na cabeça que talvez um dia eu pudesse ser escritora ou simplesmente uma formadora de opinião. Então eu abri um canal do Youtube que também comecei a usar para falar sobre os temas que dialogava com a minha psicóloga. Depois de cada sessão de análise eu ligava a câmera e começava a falar tudo o que vinha a mente. Alguns vídeos ficaram legais, mas então eu tive de me dedicar mais aos estudos (ahh, esqueci de falar, mas um dos motivos que me fizeram voltar para Londrina foi o fato de que eu percebi que tinha saudades da minha mãe, dos meus amigos, de casa... e que também precisava focar num projeto antigo do qual eu nunca deixei de pensar. O MESTRADO!). A empolgação com o canal caiu, mas o ânimo para conseguir uma vaga na Universidade só aumentava. Me joguei de cabeça nos livros, fiz o pré-projeto, fiz as provas, as entrevistas e PASSEI! No meio disso tudo tive uma passagem recente como social media no Festival Internacional de Londrina, o FILO e outra passagem breve (mas muito breve mesmo!), como repórter no Jornal de Londrina. UAU!! Foi um privilégio do qual nunca me esquecerei. Pessoas maravilhosas, ambiente aconchegante, liberdade de conteúdo, um editor cheio de cumplicidade e para fechar com chave de ouro eu escrevia para nada mais, nada menos, que cultura! Fotografia, cinema, artes, dança, literatura... E tudo isso na minha cidade; na cidade que eu sempre respirei tão intensamente e conhecia cada cantinho que exalasse cultura. Foi mesmo incrível, mas decepcionante quando acabou. Da maneira mais bizarra possível, a empresa fechou as portas de um dia por outro com o argumento de que estavam no vermelho há anos e que além disso o jornal impresso vive a maior crise do século. E foi assim que eu fechei meu dezembro de 2015. Tendo conquistado o que eu mais queria quando decidi voltar e de quebra com uma experiência nova no bolso.
Sabe, há quem diga que a Universidade vai me bitolar, me deixar tapada, há também quem disse que o jornalismo não ia dar certo pra mim, que Joinville era péssimo para conseguir trabalho, que eu devia escrever mais, voltar a fotografar, que eu deveria mudar de ramo... ir para a Publicidade ou para o Marketing... Há quem diga que minha profissão tá em crise, que eu tô em crise, que o Brasil tá em crise! Que falta foco...
crise!?
Cá entre nós?! Se em cada crise a gente viver, experimentar e bater a cara contra a parede quantas vezes for preciso para chegar ao final de cada etapa e perceber que não se trata de derrota, mas de conquistas... Então valeu a pena. Que venham as crises rsrs. Pois nessa vida há sempre alguém que vai dizer algo contra ou a favor e talvez o importante seja dar ouvidos, filtrar algumas recomendações, absorver outras e independente das circunstâncias sempre agarrar o touro pelo chifre. Não é? A propósito, feliz natal atrasado!

Imagem feita pela colega de trabalho na época do A Notícia, em Joinville, a maravilhosa fotógrafa (ou o que ela quiser ser nesta vida!), Maiara Bersch.

A propósito(2), esse é meu blog novo.
Obrigada, leitor.

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