terça-feira, 29 de dezembro de 2015

saudade é vida severina

Morar longe não é ter saudade, é matá-la quando der, e passar ali quando possível. Aí sim é saudade, é vontade de voltar, de ficar perto e não largar mais. Quando amigos vivem um tempo longe, confesso que não tenho muito o costume de ficar lembrando deles sempre, só quando rola um papo aqui e outro acolá e faz a gente imaginar como seria tê-lo(s) por perto. Mas saudade é coisa boa de se sentir; mostra que temos tantos sentimentos que quase não cabe no tempo presente... Vai além, transita, ultrapassa, transcende!
Há quase dois anos eu não via um casal de amigos meus que hoje moram em Swindon, na Inglaterra. Ainda não sentamos pra ter aquela conversa monstra que evidencia de fato porque compensa morar longe e não perto... Mas de maneira alguma pretendo levantar vantagens ou desvantagens, mas é que essa distância toda deve ter alguma explicação.
Quando saí de Londrina pela primeira vez, no início de 2013, a impressão que eu tive é que aquela viagem astral não duraria seis meses. Passou sete, oito, um ano, dois! Mas rumo ao terceiro muita coisa começou a pesar e já não valia mais a pena estar longe de tanta gente.
De modo geral, acho que o que faz a gente sentir saudade é quando o presente já não nos contenta mais de alguma forma. Começamos a sentir que 'LÁ' estaríamos melhor e que o 'AQUI' já não supre mais o que esperávamos. Aí começa a bater a saudade de quem foi... Porque a de quem fica é irregular; meio insensata e às vezes egoísta ou quem sabe desapegada.
Ouvir uma música que remete a um tempo que já passou e dilatar as pupilas até derramar aquele lágrima tímida no canto direito do olho é um dos sinais de que talvez seja hora de voltar, nem que seja pra dar um alô e em seguida um até breve.
Voltar também não é fácil!
Então fico assim, nesse tempo simétrico igual a história coloca o 'a.C e o d.C.'... Fito o tempo antes disso tudo acontecer e vivo o depois sempre lembrando do "quando voltei...". Até que data isso dura? Até que mês a gente pára de contar o que passou e começa a viver o que virá. E o que virá? Será que vai vir assim, demarcado em números ou episódios cronológicos de idas e vindas? Sei não...

Mas tá aí uma coisa que a gente sente e que faz o olho brilhar... porque quando a saudade tá viva a gente segue, mas quando ela morre a gente pára no tempo e se pergunta: será que um dia eu volto? eles voltam? Ou iremos todos? Saudade é vida severina, que na ida vai sem saber quando, e na volta dói sem saber como...
{...}
vídeo que fizemos na surpresa de 'passagem de ida + volta comprada' 

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