Essa semana as remanescências do Facebook da depressão me lembraram de que três anos atrás eu estava numa odisseia interessante acompanhada da minha irmã pela América Latina. Uau! Que viagem... Prometo que qualquer hora dessas escrevo um post específico sobre essa desaventura. Fizemos uma média de 20 cidades, três países e tudo (TUDO MESMO!), de ônibus, trem, carona, barco... E nada de avião! Bolívia, Peru e Chile. Saímos de Londrina em direção ao Pantanal para dali cair de pára-quedas na Bolívia e pegar o famoso trem da morte. Loucura total se eu pensar hoje que tínhamos em mãos apenas um livro intitulado Guia do Viajante Independente pela América do Sul, algumas roupas que rachamos numa única mochila, um dinheiro meio mal trocado que iríamos explorar nas casas de câmbios mais próximas de Santa Cruz (primeira cidade), botas resistentes, lenço pro deserto e uma sede de liberdade, de vontade, de desejo por conhecer, explorar, transgredir!
Foi uma viagem dessas que a gente vai contar pros netos, pros filhos... Dessas que estaremos velhinhas e sentadas em frente a TV numa tarde de domingo, e de repente irá surgir uma cena sobre Machu Picchu na TV, e ambas olharemos uma para a outra num tom de "- PORRA, LEMBRA DAQUELA VIAGEM!?". Aliás, esses dias mesmo aconteceu algo parecido e rolou uma sensação maravilhosa. Não dava pra ter feito essa trip com outra pessoa se não minha irmã.
minha irmã, uma alpaca baby e eu S2
Bem, mas porque resolvi postar sobre um pouco dessa experiência por aqui? Nada de especial, na realidade, mas encontrei uns vídeos que na época filmamos com uma câmera meio ruim (rsrs), onde captamos alguns frames da ruínas do tal Machu Picchu e em seguida de uma praça com vista pro mar. A praça, na verdade, se chamava Plaza Del Amor; era dia 31 de dezembro de 2012 e havia muitos casais nesta praça. Então nós duas resolvemos sentar um pouco distantes e perdoar o ano que ia embora pra esperar o próximo que viria. Naquele dia acho que decidimos as duas que era um bom ano pra nos mandarmos pra fora de casa. E fomos! Naquele dia também conheci um amigo maravilhoso, Tony King! Do qual tenho muito carinho e que inclusive já o recebemos pelas terras brasucas... Tony, o Rei! Figuraça!
E aí que esse vídeo trouxe uma série de memórias gostosas e também uma ideia contraditória sobre esses turismos tão prontos que a gente vive hoje. Confesso que olhando esses takes, acho que a paz que senti olhando a praia foi imensamente maior que aquela olhando as ruínas lotadas, onde a gente tinha que competir espaço com 765576234578 de pessoas, lhamas, brasileiros loucos fotografando tudo e chineses ensurdecidos atrás de um alpacas malucas. Meio bizarro até! Hahaha
Lembrar disso hoje é engraçado porque na época tive tanta certeza que a ida aquele lugar seria mágica e impressionantemente relaxante e reflexiva; mas não! Hahahaha. E por mais "frustrante" que isso seja, já faz tantos anos (talvez nem tantos assim!), mas o suficiente pra eu perceber que às vezes o sentimento que temos no lugar depende muito de como estamos, nosso estado de espírito, acolhimento externo e percepção interna... E que na verdade não importa se eu tiver em Machu Picchu, num shopping de Lima, passeando no calçadão de Londrina ou em casa escrevendo no meu blog enquanto aproveito o desemprego, cansada de um dia punk na Universidade e de uma semana que me preparo para acompanhar a mãe numa cirurgia pequena, mas cirurgia!
Só mesmo um desses devaneios que a gente tem depois que fecha o Movie Maker e pensa "-E agora? O que eu faço com esse vídeo?!" Aí a gente senta, escreve e depois compartilha com meia dúzia de leitores (in)fiéis. Mas quer saber? Pouco importa número, espaço, quantidade, ambiente... No fim das contas é bom estar satisfeita com o que se tem / onde se está.
vídeo captado no Peru / dezembro de 2012.
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