Ainda que numa manhã dessas eu tenha me encontrado com uma sensação horrível sob tensão, ou uma tristeza gigante com algumas ações e porque também não dizer as reações, o que mais me impacta ao assistir todas as apurações realizadas nesses últimos dias, não é a selvageria, o abuso de poder, o autoritarismo, a ambição, espetacularização, radicalismo, brutalidade, intencionalidade, rebeldia ou seja lá como mais podem extrapolar o verbo sobre.
Mas o que mais me impressiona é justamente o contraponto de tudo isso. A vontade de fazer mudança, de olhar sob uma perspectiva diferente da que até então caminhávamos, a ideia de uma transformação... Vejo sim vantagens colossais sobre todo este processo.
No meio desta enxurrada, algumas muitas controvérsias, um papo revolucionário, outro demasiadamente conservador, uma expressa liberdade, uma velada privacidade... Tantos motivos que nos levaram a acordar e sentir uma enorme vontade de fazer diferente. De fazer, e acontecer.
Eu só queria por assim dizer que tenho uma baita admiração por quem tem sede de mudança. Tenho vontade de me envolver, entrar com tudo, chutar o balde e enfiar o pé na jaca... E claro, nada me impede. Mas o que andei pensando é que essa história de coletivismo é linda. Só que fica tão feia enquanto a gente não entender que dentro desse formigueiro é preciso, em primeiro lugar, respeitar a si mesmo; respeitar a voz interna, aquela que comanda mais que a razão... Para daí então, entender que ser um indivíduo é tão, ou mais bonito, que ser um grupo.
Porque é óbvio que acredito na redenção coletiva, acredito que o meio influencia, que um com o outro é melhor que só um único, mas também acredito no poder que há em fazer valer a liberdade individual, pois só a partir dela é que EU vou finalmente conseguir ser NÓS.
Acredito que bonito mesmo vai ser o dia que o ser humano respeitar a si, e só assim vai passar a respeitar um próximo. Porque isso, meus amigos, isso se chama amor. Próprio, ou não, mais vale entender que somos mesmo diferentes, que existem mais de dois sexos, que a verdade nem sempre é só uma, que é necessário quem mande, mas é necessário também quem escute, claro... TUDO isso é necessário!
Só não é necessário, meus caros, fazer valer aquilo que convém. Porque o que convém, não incomoda, não dói, não faz você ser alguém mais compreensível, justo e muito menos honesto. O que convém, é relativo. E ser relativo não é ter respeito, é ser egoísta.
E o contrário de egoísmo, pode ser que seja amor...
Viva Paulo Freire, viva Darcy Ribeiro! E se for preciso brigar para selar a paz, então que seja enquanto ainda estivermos pulsando o amor, antes que ele vire ódio e só nos reste a razão.
Amor! ^^
ResponderExcluirÉ tão simples que nem parece que é a solução de tantos problemas né?!