quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

não sairíamos imunes

Me lembro de uma vez ter tido muita vontade de fazer algo do qual eu tinha certeza que em seguida me arrependeria; não por causa das circunstâncias em si, mas porque na maioria das vezes que a gente segue o próprio instinto acaba dando com os burros n'água; os burros, as vacas, os porcos, os cavalos e patos. Quase sempre quando ajo dessa maneira minha sensação antes do agir é a de uma criança desenfreada; desprovida de receios e cheia da plenitude da ingenuidade. Que ótima sensação essa, não?
O medo nos acovarda, mas ao mesmo tempo nos ensina que não podemos ter tudo o que queremos. Fugimos das emboscadas e freamos os tombos catastróficas dos quais não sairíamos imunes. Desenterramos lembranças e experiências negativas quando sentimos medo. E elas nos fazem reprimir o desejo e seguir em frente sem experimentar a doce queda dos desabrigados. Mas de onde vem o medo se não das intempéries da vida e das vezes que insistimos em algo que pudesse dar certo e NÃO DEU!?
O medo é uma tremenda de uma controvérsia; é o exílio do que nem chegou a ir e já voltou por não querer prosseguir. É o remédio dos cagões, a bebida dos estultos, o vício dos invejosos e a pedra no sapato dos inquietos e desesperados. É necessário não conjecturar muito quando se tem medo. Pois só de pensar me arrepia a espinha, os nervos sensitivos da língua me calam a fala e é quando imediatamente dou um passo volver (do latim volvere).
E quando é que a gente aprende então que o medo é também uma falsa ilusão?! Que é também o que nos permite não cair de boca no incerto e dar de ombros pro concreto... Que seja então! Sigo com medo mesmo. E se nalguma esquina ele me beijar, prometo que desvio os lábios e o encaro nos olhos só pra o provocar.
Pois se o medo mete mete medo eu lhe enfio o dedo.



{selfie empoderada}



quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

no HD da vida eu não tenho mais espaço pra você acontecer de novo

{instruções de uso: dar o play no vídeo abaixo, curtir a música enquanto lê o texto e parar quando chegar na foto; filosofar sobre as bobagens recorrentes que fazemos no modo automático, tomar água, voltar pro computador e em seguida ler o texto desconexo que fazia sentido na noite passada. Obrigada!}

Repartir o cabelo ao meio;
mudar o título do despertador no celular,
dormir depois das 3h da manhã,
fazer auto retratos de madrugada,
limpar as notas adesivas,
organizar as pastas do Desktop,
excluir conversas antigas no whatsapp
montar playlists com títulos variados,
assistir filmes pela metade,
anotar coisas inúteis em post-it's aleatórios,
pesquisar diretores desconhecidos no Google
buscar imagens em alta qualidade
mudar de humor.
{realidade}

Mudar de opinião, 
tirar novas conclusões,
pensar nas roupas velhas,
idealizar um comportamento novo,
repensar hábitos noturnos,
dar likes no Tinder
fazer print screen de amigos que encontrar por lá.
seguir com o projeto do mestrado
deixar a deprê de lado
seguir com o projeto inicial.
{expectativa}

No HD da vida eu não tenho mais espaço pra você acontecer de novo!


"(...) será que ainda somos iguais..."
ou que não guardamos mais aquilo que nos tornava ridículos o ano passado?
"(...) será que ainda somos iguais..."
ou nossa foto de perfil diz que estávamos apaixonados ao final de 2013?
"(...) será que ainda somos iguais..."
ou continuamos planejando tatuagens que não faremos por falta de grana?
"(...) será que ainda somos iguais..."
ou dessa vez o sol vai nascer e a gente vai cansar de rolar de um lado para o outro?
"(...) será que ainda somos iguais..."
ou vamos de uma vez por todas seguir o extinto animal?
"(...) será que ainda somos iguais..."
ou vou faltar no seu aniversário só pra falar que eu te dei um bolo? 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

sobre estar satisfeita mesmo sem ir ao Peru

Essa semana as remanescências do Facebook da depressão me lembraram de que três anos atrás eu estava numa odisseia interessante acompanhada da minha irmã pela América Latina. Uau! Que viagem... Prometo que qualquer hora dessas escrevo um post específico sobre essa desaventura. Fizemos uma média de 20 cidades, três países e tudo (TUDO MESMO!), de ônibus, trem, carona, barco... E nada de avião! Bolívia, Peru e Chile. Saímos de Londrina em direção ao Pantanal para dali cair de pára-quedas na Bolívia e pegar o famoso trem da morte. Loucura total se eu pensar hoje que tínhamos em mãos apenas um livro intitulado Guia do Viajante Independente pela América do Sul, algumas roupas que rachamos numa única mochila, um dinheiro meio mal trocado que iríamos explorar nas casas de câmbios mais próximas de Santa Cruz (primeira cidade), botas resistentes, lenço pro deserto e uma sede de liberdade, de vontade, de desejo por conhecer, explorar, transgredir!
Foi uma viagem dessas que a gente vai contar pros netos, pros filhos... Dessas que estaremos velhinhas e sentadas em frente a TV numa tarde de domingo, e de repente irá surgir uma cena sobre Machu Picchu na TV, e ambas olharemos uma para a outra num tom de "- PORRA, LEMBRA DAQUELA VIAGEM!?". Aliás, esses dias mesmo aconteceu algo parecido e rolou uma sensação maravilhosa. Não dava pra ter feito essa trip com outra pessoa se não minha irmã.

minha irmã, uma alpaca baby e eu S2

Bem, mas porque resolvi postar sobre um pouco dessa experiência por aqui? Nada de especial, na realidade, mas encontrei uns vídeos que na época filmamos com uma câmera meio ruim (rsrs), onde captamos alguns frames da ruínas do tal Machu Picchu e em seguida de uma praça com vista pro mar. A praça, na verdade, se chamava Plaza Del Amor; era dia 31 de dezembro de 2012 e havia muitos casais nesta praça. Então nós duas resolvemos sentar um pouco distantes e perdoar o ano que ia embora pra esperar o próximo que viria. Naquele dia acho que decidimos as duas que era um bom ano pra nos mandarmos pra fora de casa. E fomos! Naquele dia também conheci um amigo maravilhoso, Tony King! Do qual tenho muito carinho e que inclusive já o recebemos pelas terras brasucas... Tony, o Rei! Figuraça!
E aí que esse vídeo trouxe uma série de memórias gostosas e também uma ideia contraditória sobre esses turismos tão prontos que a gente vive hoje. Confesso que olhando esses takes, acho que a paz que senti olhando a praia foi imensamente maior que aquela olhando as ruínas lotadas, onde a gente tinha que competir espaço com 765576234578 de pessoas, lhamas, brasileiros loucos fotografando tudo e chineses ensurdecidos atrás de um alpacas malucas. Meio bizarro até! Hahaha
Lembrar disso hoje é engraçado porque na época tive tanta certeza que a ida aquele lugar seria mágica e impressionantemente relaxante e reflexiva; mas não! Hahahaha. E por mais "frustrante" que isso seja, já faz tantos anos (talvez nem tantos assim!), mas o suficiente pra eu perceber que às vezes o sentimento que temos no lugar depende muito de como estamos, nosso estado de espírito, acolhimento externo e percepção interna... E que na verdade não importa se eu tiver em Machu Picchu, num shopping de Lima, passeando no calçadão de Londrina ou em casa escrevendo no meu blog enquanto aproveito o desemprego, cansada de um dia punk na Universidade e de uma semana que me preparo para acompanhar a mãe numa cirurgia pequena, mas cirurgia!
Só mesmo um desses devaneios que a gente tem depois que fecha o Movie Maker e pensa "-E agora? O que eu faço com esse vídeo?!" Aí a gente senta, escreve e depois compartilha com meia dúzia de leitores (in)fiéis. Mas quer saber? Pouco importa número, espaço, quantidade, ambiente... No fim das contas é bom estar satisfeita com o que se tem / onde se está.

vídeo captado no Peru / dezembro de 2012.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

como é bom ser jovem

Porque cargas d'água deixamos de aproveitar as boas coisas da vida quando chegam as responsabilidades e o tal amadurecimento? Não sei em que esquina coloquei a juventude cheia de vigor e troquei por um excessivo anseio pela maturidade... Mas andei procurando em arquivos antigos (ou talvez não tão antigos assim), como é que me diverti um bocado nos últimos anos, mesmo depois de ter terminado a universidade. Sim, esse é um mérito bastante grande já que em tempos de crescer, cresCER, CRESCEEEER, e crescer! parar um pouco para vivER tem sido visto e interpretado quase como um atraso nesse mundo maluco e acelerado cheio de códigos pré-estabelecidos.
A urgência em conquistar coisas e tornar-se alguém importante que tenha cartão de visita sempre me deixou meio inquieta; e já que meu hobby é pensar resolvi vasculhar fotos de viagens, aventuras, rolês com amigos e afins para - digamos - restaurar hábitos interessantes que as pessoas (e até mesmo eu!) costumam ter nessa fase entre 25 e 30 anos. Digo assim, essa fase tão determinada, pois é exatamente o tempo que estou vivendo agora, mas caso você tenha mais ou menos e sinta alguma identificação, este texto pode servir para sua pessoa também, tá bem? OK!
Neste sentido acredito que o que mais incomoda as pessoas de não estarem fazendo algo totalmente excelente ou já possuírem carreiras "de verdade", na real não é nem a cobrança externa. Não somente! Muito do que a gente tem de complicação dentro da própria cabeça vem de fora, claro, mas muito vem dessa insatisfação que bate no peito e estala na cuca; é quando paramos em frente ao espelho e pensamos "- cara, que desastre!". Este sentimento de que está TUDO dando errado é uma besteira tão grande que um raio deveria cair no pé de cada jovem que por ventura se sentisse assim: uma aberração completa.
Qual o problema de não ter algo consolidado aos 20 e poucos anos? E nem falo isso porque estou dançando o samba do desempregado hahaha (ou será que deveria rir com 'rsrsrs'?), mas o fato é que nos cobramos tanto e colocamos tantos níveis e graus de exigência que fica quase impossível relaxar e aproveitar os riscos, erros e acertos no tempo certo. Ora, a expectativa de vida aumentou pra caralho, e todo mundo fala que os 20 são os 30 e os 30, os novos 40 e blábláblá, mas MESMO ASSIM vejo amigos demasiadamente preocupados com seu futuro de sucesso, e porque não confessar que eu mesma me pego vez em quando numa nóia monstruosa sobre QUEM SEREI DAQUI 10 ANOS?
Este é mais um texto para colocar a cabeça no travesseiro e sem medo de ser feliz refletir um pouco sobre como tem sido este projeto bem planejado de vida que garantirá tantos prêmios, conquistas, dinheiro... Que lhe renderá tantos pódios e posts com mais de 6543232 curtidas no Facebook. Sem parecer moralista, mas qual é mesmo seu objetivo de conseguir tudo isso e deixar de viver todas as experiências ricas e às vezes até perturbantes dessa fase de juventude em potencial? O que te impede de viver tudo isso ao invés de sublimar o tempo inteiro no "ahhh, como eu queria... Se eu pudesse... No dia que...".
Qualé?! Você tem o suficiente pra fazer pequenos projetos saírem do papel e isso já te faz uma pessoa muito forte e vencedora diante de tantas dificuldades que o mundo apresenta; diante de todos os desafios e cobranças que temos, vale a pena refletir sobre o que realmente iremos contar aos netos... E se teremos netos... E se queremos ser tão bem sucedidas a ponto de não ter tempo pra um banho de rio, uma pedalada no barro, um livro bobo que não acrescentará nada no seu currículos Lattes, uma conquista pequena que não lhe renderá absolutamente nenhum bem material, mas que te fará grande o suficiente para enfrentar desafios ainda maiores lá na frente. Isso é história...
e como é bom ser jovem!

rolê em Bombinhas - SC, ao lado de amigos queridos que levo no coração / setembro de 2014

a propósito, saudades de vocês Bel e Mark s2

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

tudo isso

Quando eu crescer não quero me arrepender de nada do que eu fiz a não ser que seja por uma boa causa; de preferência uma nobre! De preferência uma causa que não a minha, pois das minhas sei eu. Sei onde o sapato aperta (ou talvez nem sempre!), mas sei onde meto a cara e até mesmo quando a quebro contra a parede. Sei que os escritos que já foram traduzidos são todos importantes e fazem de mim alguém 'menos ingênua' se levar tudo isso ao pé da letra; mas não há porque substituir todas essas palavras no papel pelas simples experiências pessoais - as únicas que nos levam a entender o mundo de uma maneira não literária - (entenda aqui literária como uma forma de expressão teórica e portanto não prática).
Quando eu crescer quero olhar para trás e perceber que não haveria motivos para me distrair tanto como em todas as vezes que desci do salto, perdi a cabeça, desmoralizei conceitos, derrubei o café na mesa. Que não haveria motivos para me chatear embora tudo isso acontecesse, pois dali sairiam as tais causas nobres de mim mesma. Do que haveria de me tornar, de pintar, de receber do outro o que eu talvez não tinha ou deveria aprimorar. Mas tudo isso provavelmente só saberei quando crescer e parar de andar feito um moleque descalço que desprevenido arranca o tampão do dedão numa partida boba de domingo a tarde.
Tudo isso pra dizer que quando eu crescer espero estar bem longe de quem eu achei que estaria perto, principalmente dessa pessoa incerta, não tranquilizada pela ansiedade e disfarçada de forte querendo ser praga; querendo ser surpreendida pela má sorte das coisas que eu nem mesmo um dia desejei. Espero estar quilômetros de distância da dúvida, da calamidade, dos medos... Mas espero estar tão próxima de mim mesma que nem os desacatos externos ou as paralisias monstruosas que sobre mim pairam irão deter a força com a qual eu aprendi. Com a qual aprendi tudo isso.
Quando eu crescer vou tomar água tônica com gelo e pedir sopa de tomate acompanhada de pão de queijo; sem me preocupar com os pedidos dos outros ou me envergonhar dos meus.
Tudo isso quando eu crescer!


olha meu bem,

Olha bem, eu vou te ser sincera
que eu tô com uma vontade enorme de me vestir de flor
que eu tô com uma vontade enorme de cair na farra
que eu tô com uma vontade enorme de me descontrolar
{mas eu vou me segurar}

Olha meu bem, eu vou te ser sincera
que eu não tenho medo de ficar longe
que eu não tenho medo de encarar
que eu não tenho medo de voltar atrás
{mas que dessa vez eu vou}

Olha, eu vou te ser sincera
que eu vou te entregar todos os beijos que eu ainda não te dei
que eu vou matar o desejo que guardei
que eu vou dormir do seu lado só pra poder acordar também
{mas que na hora de fechar os olhos eu serei a última a piscar}

olha.
meu bem,
eu vou te ser BEM sincera
tô indo e volto, claro!
mas enquanto estiver aí, laiá
me trate bem, me queira bem
e me envie de volta certinho, tá bem?

porque eu vou te ser sincera
que se tudo der certo no teu abraço
a gente namora antes de março.


domingo, 3 de janeiro de 2016

amanhã não volta tudo ao normal

Tenho de confessar que havia perdido alguns vídeos que captei no último dia de 'trabalho' no extinto impresso Jornal de LondrinaAs gravações haviam sido realizadas na Petiscaria Riomori, próximo a sede do jornal, naquela derradeira quinta-feira, e aí que fiquei meio emputecida por depender dessas tecnologias endiabradas que quando a gente mais precisa não consegue recuperar imagens importantes e inéditas, como o take em que Marquera - o metaleiro quase confundido com o irmão de um tal ator global (segundo ele próprio!) -, fazia sua polêmica declaração sobre #QualAvantagem de ter sido demitido: "- Vai sobrar mais tempo pra $3q*¨³ piiiiiiiiiiii"hahaha. Além dele, outros repórteres também comentaram sobre (des)vantagens do fechamento, como as recém casadas Juliana e Amanda que afirmaram agora poder ter mais tempo para o lar. Rsrsrs Sucesso meninas!
Acabou que consegui resgatar alguns frames e dá pra dar umas risadas e matar a saudade do jornal que por mais de 25 anos esteve presente na imprensa londrinense. Não sei a quantas anda o pessoal, mas sei que logo mais a gente deve ver essas figuras na pista, pois geral tem um talento singular e uma disposição fenomenal pra fazer a coisa acontecer.
Como já postei aqui no blog, fiquei por pouquíssimo tempo nessa Redação, mas agora que o ano tá começando e os recessos, feriados e afins vão se esvaindo, a gente passa a sentir falta do que durou pouco, mas "foi eterno enquanto durou", parafraseando Netinho de Paula, o poeta.
Pelo facebook, vi que muitos deles aproveitaram o fim de ano pra viajar, ficar com os familiares, assistir um filme atrás do outro, bater perna e viver do que a natureza dá no Brasil Veranil. Coisa boa saber que o blog do Silveira, o Baixo Clero, também já está no ar de novo e BOM-BAN-DO com as notícias sobre o aumento de passagem municipal. SOCORRO!
Também vi que o Preto, meu ex-editor no caderno de Cultura, tá fazendo vídeos com sua GoPro nova pela região do Patrimônio Espírito Santo, em Londrina/PR, e em breve disse que solta algumas entrevistas exclusivas no seu blog pessoal. Estamos no aguardo, Black! E o boss, Fabinho, ao que tudo indica está na Ilha do Mel vendendo as artes, além de vez em quando mandar notícias que não podemos mais dar pelo grupo do whatsapp que agora chama Redacinha = ) Há também as clássicas trolagens, como mandar nudes imagens de Guaraná Jesus, tentando uma possível chacota entre ateus VS cristãos rsrs e as eternas reclamações bafônicas da terna Telma.
O ano tá começando, mas como bem declarou o nosso querido e sensível Marrom, essa fase vai servir pra muita gente 'renascer das cinzas' e criar projetos novos comprometidos com tantos sonhos que talvez estivessem guardados na última gaveta. O jeito é seguir em frente, organizar a vida e saber que logo mais tá todo mundo animado de novo. O que fica, além do acervo impresso (que a propósito, onde e com quem vai ficar, pessoal?) são as memórias positivas e os momentos bons que todo mundo viveu ali. Passei outro dia em frente a RPC e na faixada da Tiradentes ainda não tiraram a placa do JL. A propósito, alguém sabe do pinto do Thiago?

O pinto, que Zilma Santos gentilmente deu ao Ramari no último amigo secreto da firma.

Última equipe do impresso e extinto Jornal de Londrina.
Fonte: Gilberto Abelha_17/12/2015

A seguir, o vídeo com imagens que restaram da gravação perdida. Uma pena, mas ainda bem que consegui reaver algumas que a partir de agora ficarão eternizadas no planeta redondinho do Youtube. Por hoje é só e ao contrário do que a população brasileira tá dizendo por aí, amanhã não volta tudo ao normal. Pelo menos não pro JL. Mas avante! Seguimos a diante e sempre, pessoal. Abraço a todos.

sábado, 2 de janeiro de 2016

combustível bom

Às vezes, o que a gente precisa é colocar Black Sabbath no rádio chiado do fusca 82, e tomar um vento na cara. E a única certeza é a de chegar no destino antes que bata o sono pra evitar qualquer parada na estrada. No mais, é admirar a paisagem bucólica feita de milho, trigo, soja e terra, sentir o cheiro do café Cacique na saída pra Cambé e contemplar as belas faixadas das cidades vizinhas. Dali, percorrer a 70, 80 no máximo 100km por hora e separar as moedas para o pedágio (as moedas, as notas, lá foi cinquentão!). Não se preocupar com internet, notificações, atualizações, e nem em dar F5!
Às vezes, tudo o que a gente precisa é tão pouco que fica rodando igual barata tonta em volta do próprio rabo discutindo o sexo dos anjos ao invés de sair pra ver o mar de terra, pensar na morte da bezerra e rir das últimas surtadas do Natal em família. Aliás, essa época dá um estudo! Das risadas aos 'distúrbios'. Família é tudo igual, e como dizem, 'só muda de endereço'. Rolar a barra do Facebook e achar que tá todo mundo bem menos você é pura ilusão. No fundo, nem o pessoal da propaganda da coca ou da doriana teriam rido tanto se não fosse pelo cheque que cairia no próximo 5º dia útil.
Às vezes, o que a gente quer tá mais fácil de conseguir se você olhar pro tanto de coisa que já conquistou a sua volta. Sim, você tem muito! Talvez não o suficiente pra fazer aloka e comprar a primeira passagem à Salvador... Mas o necessário para abastecer no posto mais próximo e embarcar numa viagem alucinante até a cidade com nome de passarinho. Tomar uma coca gelada no copo de plástico, pedir um X-bacon nada saudável, mas verdadeiramente delicioso, forrar aquele último espaço vazio de sorvete com caldo de groselha e rir até cair de sonozzZZzzZZzZzzz...
Às vezes, tudo o que a gente precisa é não fazer nada. E por mais difícil que seja exercer a tarefa do ócio criativo, a melhor situação pra se viver nesses dias nublados de verão, é aquela que a gente bota uma camiseta velha com o preto já acinzentado e pensa em como é bom tudo isso que a gente tem.
Calma... o ano tá começando! Bote a primeira, a segunda... Engate na terceira na próxima segunda-feira e deixe a quarta só pra depois do Carnaval.
Combustível bom é aquele que leva a gente pra onde a gente quer; na velocidade propícia pra chegar a tempo e em pé!
Dada a largada para 2016.